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A luz de Cannes não é uma luz típica de um lugar à beira-mar (há uma luz "típica" de determinados lugares?). Não é, pelo menos, uma luz estável, oscilando entre o brilho incerto do Mediterrâneo e o negrume das nuvens sempre prometidas (este ano trazendo mesmo muita chuva). No cruzamento do Boulevard Carnot com o caminho para Antibes, o cair da noite combina o azul que ainda persiste no céu com o ziguezague permanente dos faróis dos automóveis, desenhando uma paisagem de austera ficção científica. Como num filme, claro.