terça-feira, maio 14, 2013

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Os 30 anos dos The Smiths (2)

É daquelas experiências que não se esquecem. O alinhamento abre logo com a sublime (e longa) Reel Around The Fountain. Confirmando em pleno as expectativas lançadas entre os meses anteriores por singles como Hand In Glove, This Charming Man ou o mais recente What Difference Does It Make?, o álbum de estreia dos The Smiths tornava definitiva a ideia de que estava ali uma banda para marcar o mudar aquele tempo. Herdeiras de um classicismo pop enraizado no trabalho para guitarras, baixo e bateria, juntando a personalidade maior da voz de Morrissey e as palavras (e os temas, muitos deles habitualmente até ali silenciados e ausentes) que assim ganhavam outra voz no panorama da pop alternativo dos oitentas, as canções dos The Smiths rapidamente se viram transformadas na banda sonora para toda uma geração e The Smiths, o álbum de estreia, o seu primeiro acontecimento de grande escala.
O álbum teve nascimento atribulado. Depois de gravado sob produção de Troy Tate, antigo guitarrista dos Teardrop Explodes, o disco foi integralmente regravado por John Porter, num verdadeiro sprint do qual nasceram os registos que descobrimos no formato de vinil a 20 de fevereiro de 1984. É difícil dizer qual é o melhor álbum dos The Smiths. Sei qual é o meu preferido (lá iremos ainda esta semana)... Mas entre o alinhamento deste primeiro disco mora uma pequena multidão de canções sem as quais eu não contaria a história da minha relação com a música popular, às que já aqui referi hoje podendo juntar Pretty Girls Make Graves ou Still Ill. Se a tudo isto juntarmos a capa com a figura de Joe Dalessandro num still do filme Flesh de Paul Morrissey e Andy Warhol reconhecemos aqui um episódio inesquecível na obra do grupo e da música em geral.

 

Imagens de uma atuação na época, ao som de Pretty Girls Make Graves, canção do alinhamento do álbum de estreia dos The Smiths.