13 de maio de 1983... Foi há precisamente 30 anos. Um single, de sete polegadas, a 45 rotações por minuto, dava-nos a descobrir uma banda de nome aparentemente banal mas que em pouco tempo seria reconhecida como uma força maior do seu tempo e que hoje recordamos como referência fundamental da história da música popular. Perante um mapa pop britânico ainda claramente dominado pelos ecos diretos da new wave, sob presença maior de cores garridas e dos sons dos sintetizadores ou de uma corrente “alternativa” feita de assombrações e melancolias urbanas mais cinzentas, a postura mais “clássica” – que desde logo gerou ligações evidentes para com heranças instrumentais dos anos 60, mas sem uma carga de nostalgia – dos The Smiths cativou atenções. Mas a música revelava uma voz. E a voz, as palavras... “As letras são especificamente sem género. Não quero eixar ninguém de fora”, diria o próprio Morrissey em entrevista ao NME publicada um dia depois do lançamento do single em cuja capa surgia a figura de um nú masculino fotografado por Jim French, retirada do livro The Nude Male, de Margaret Walters.
Durante 18 meses o single teve uma carreira constante nas tabelas de vendas das lojas independentes (mesmo não tendo chegado ao top britânico oficial, figurou na tabela indie e marcou o início de uma carreira que teria ali a sua primeira janela de contacto com o grande público).
E assim, 30 anos depois, esta semana celebramos aqui memórias de alguns discos dos The Smiths... Hoje com a capa de Hand In Glove e imagens de uma interpretação numa atuação televisiva de 1983.