Pode um discurso promocional ser expressão natural de uma obra de arte? O filme de 13 minutos que os suecos The Knife propõem para apresentar o seu novo álbum Shaking The Habitual é um belíssimo exemplo de uma ideia de cinema de "propaganda" ao serviço da música. E podemos usar a expressão "propaganda" numa série de sentidos, da leitura mais imediata que decorre da vontade de dar a conhecer um produto (é um álbum, e certamente um dos melhores que o ano nos vai dar), à que reconhecemos numa tradição antiga da sétima arte sempre que uma ideologia as imagens para criar as suas "narrativas"... Olof e Karin vestem aqui duas das suas máscaras para nos dar a conhecer não só as ideias que presidiram à criação da sua música como todo o ideário político que faz deste disco um verdadeiro manifesto pela abolição da riqueza global. O filme foi realizado por Marit Östberg, que recentemente dirigiu o teledisco do tema Full of Fire, o primeiro single que nos foi dado a conhecer do alinhamento deste novo álbum.