O terceiro single de David Bowie para a Pye não fugiu muito ao destino dos dois anteriores. Pouco impressionado pelos feitos dos The Buzz, a banda que o acompanhara a mais uma sessão de estúdio, o produtor Tony Hatch afasta-os da gravação, chamando então uma série de músicos de estúdio com os quais Bowie grava I Dig Everything.
Apesar de ainda algo incaracterística, cruzando ecos de um gosto pelos espaços vocais do rhythm’n’blues em terreno pop, a canção revela o progressivo aprofundar de um ponto de vista mais pessoal, sobretudo nos arranjos onde se nota um alargamento de horizontes que prenuncia os espaços mais elaborados que tomaria um ano depois em temas do seu álbum de estreia.
Editado em agosto de 1966, com I ‘m Not Losing Sleep, o single passou longe das atenções do mercado, sendo inclusivamente rejeitado pelos responsáveis pelo programa Ready Steady Go! (onde Bowie tinha atuado alguns meses antes). Apesar de afastados do estúdio os The Buzz mantiveram-se junto a Bowie em palco.
No ano 2000 esta foi uma das canções das memórias de 60 a que Bowie resolveu dar nova vida, levando-a ao palco e gravando uma nova versão, que acabou todavia (como as demais) na prateleira, integrando o alinhamento do álbum – ainda por editar – Toy.