domingo, janeiro 20, 2013

Van Gogh, séc. XXI

O digital é, obviamente, uma coisa fascinante. Mas pode estar também na origem de manipulações (?) cujo gratuito se vende com o aparato da "inovação" ou do "pitoresco"... Desta vez, a notícia está no Le Monde e tem a ver com um fotógrafo da Lituânia que achou por bem imaginar (??) como seria, nos nossos dias, o retrato de Vincent van Gogh [video]. Não vem daí grande mal ao mundo. Ou virá? O certo é que os resultados, sustentados por um discurso irremediavelmente banal, promovem uma noção pueril das relações com os instrumentos de trabalho (???) e, através deles, com a memória. Ou como a imagem passa a ser entendida como uma coisa descartável, anónima e irrelevante, apenas em trânsito para a imagem seguinte... Nesse tráfego virtual, aquilo que se perde é a própria possibilidade de estabelecer alguma relação com alguma imagem.


Un artiste lituanien imagine à quoi... por lemondefr