segunda-feira, novembro 05, 2012

Vercauteren no país das maravilhas

* Assim vai algum jornalismo português. Ou o futebol português. Ou o futebol e o seu jornalismo (este é apenas um exemplo, entre vários possíveis).

* Procuro notícias sobre o Vitória de Setúbal, mas quase não as há: ganhar a um dos chamados "grandes" (neste caso, o Sporting) dá direito a um metódico aniquilamento jornalístico.

* Além do mais, compreendo agora que tudo se passa no domínio dos contos de fadas, desta vez com o treinador Franky Vercauteren como protagonista: "Vercauteren não tem mesmo varinha mágica". Repare-se na obscenidade deste mesmo. Que significa? Que era suposto que tivesse a tal varinha — grande questão futebolística...

* Convenhamos que o mesmo Vercauteren também não ajuda muito. Sabendo que vem treinar uma equipa com evidentes problemas estruturais e com resultados mais ou menos desastrosos, acha por bem dizer publicamente: "Estou desapontado com a qualidade de alguns jogadores." Como? Importa-se de repetir?

* "Mau início no Bonfim"? Como? Parece que os outros — por acaso, aqueles a quem pertence o tal Bonfim — não chegaram a entrar em campo...

* Entretanto, notícia que fica por dar (e que as imagens televisivas eloquentemente ilustravam): o desolado vazio das bancadas. Estavam 4288 espectadores a assistir, o que significa um índice de ocupação de 23% — o mais recente filme de Manoel de Oliveira tem mais espectadores (5196) que o trágico e momentoso jogo do Bonfim.