terça-feira, novembro 06, 2012

Elliott Carter (1908-2012)

Foi um profissional na área dos seguros quem encorajou o pequeno Elliott a seguir o seu interesse pela música. Nascido em Nova Iorque em dezembro de 1908, Elliott Carter estava na plateia do Carnegie Hall quando, em 1924, a Boston Symphony Orchestra ali apresentava a estreia norte-americana de A Sagração da Primavera, de Stravinsky. A experiência arrebatou-o. E quando em 1908 completou cem anos, a sua obra dele fazia um dos nomes maiores da história da música americana. Ah, o profissional dos seguros, que encorajou o pequeno nova-iorquino a não desistir do seu sonho chamava-se Charles Ives (que, para quem o não conhece, não é senão o compositor a quem muitas vezes se atribui a noção de paternidade de uma ideia de música americana)...

Elliott Carter morreu ontem, aos 103 anos, em Nova Iorque. Estava longe de ser um homem entregue ao repouso e às memórias. De resto, entre os anos 90 e a década dos zeros conheceu uma das etapas mais criativas da sua carreira e desde que completara os cem anos, em 1908, chegou ainda a compor mais 14 obras.

Inicialmente motivado por nomes como Stravinsky ou Copland, acabou por seguir um caminho próprio desenhado por um desejo de expressar através da música a complexidade da vida moderna. Venceu por duas vezes o Pulitzer (em 1960 e 1973, em ambas as ocasiões com quartetos de cordas). Deu aulas, ensinando em escolas como o Peabody Conservatory, a Columbia University ou a Juilliard School of Music.

No dia em que completou os cem anos, o Carnegie Hall dedicou-lhe uma noite na qual se recordou a mesma obra que ali escutara em 1924 e Daniel Baremboim interpretou as suas Interventions for Piano and Orchestra escritas nesse mesmo ano.


Imagens das capas de discos com gravações de obras do compositor.