Na edição número 0 da revista online Metropolis escrevo sobre a música que, ao longo dos anos, o húngaro Mihály Víg tem assinado para o cinema do seu compatriota Béla Tarr (de quem estreou entre nós recentemente o magnífico O Cavalo de Turim).
Ali escrevo: “Apesar da quase inexistência de diálogos e de toda uma construção que parece evidenciar heranças do cinema mudo, há uma música que cruza quase todos os 30 planos d’O Cavalo de Turim. Faz-se do som do sopro do vento que, num loop contínuo, em intermináveis rajadas que se repetem, definindo por si uma ideia que podemos entender como musical (e não apenas uma expressão do desenho de som que cruza as imagens). Béla Tarr podia ter vincado mais ainda a austeridade do seu novo (e também o seu último) filme se a esta “música” se limitasse. Mas uma vez mais fez questão de chamar ao seu cinema o trabalho de Mihály Víg, músico que assina as bandas sonoras de todas as suas longas metragens desde Őszi almanach (de 1985).”
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