terça-feira, abril 10, 2012

Titanic, 10 de abril de 1912


Eram oito da manhã quando a tripulação teve a sua inspeção final. Às 9.30 da manhã de 10 de abril de 1912 o comboio que chegava de Londres trazia grande parte dos que, então começaram a embarcar no Titanic. Os passageiros de primeira classe, esses chegaram no comboio das 11.30. A estação era tão perto do cais que aos que desciam das carruagens era quase impossível uma visão geral do navio em que iam embarcar. Os passageiros tinham entrada diferente no navio em função do bilhete que haviam comprado. Os de primeira classe entravam diretamente no hall frente à grande escadaria (que hoje todos conhecemos da representação no filme de James Cameron). Os de segunda e terceira classe passavam por um breve exame médico antes de serem admitidos a bordo (há relatos de um padeiro belga ter sido obrigado a ficar em terra). A maioria dos passageiros de terceira classe eram emigrantes e apenas perto de metade falava inglês. Ao todo embarcaram 1842 pessoas em Southampton, 197 das quais em primeira classe, 254 em segunda e 493 em terceira. No porão de carga seguia apenas um carro (uma limousine da Renault) e 3400 sacos de correio.

Ao meio dia soltam-se as amarras. O primeiro incidente tem lugar na largada, com as hélices do Titanic a gerar tamanho efeito de sucção que por pouco não se dá uma colisão com os pequenos rebocadores que haviam afastado o navio do cais. Uma hora depois o Titanic ruma às águas da ilha de Wight e, depois entra no Canal da Mancha. Chega a Cherburgo ao pôr do Sol mas lança as âncoras longe da costa (o porto local não acolhia navios daquela dimensão). 15 passageiros de primeira classe e sete de segunda, que haviam pago o bilhete apenas para esta primeira travessia, saem. E entra nova multidão, assim como mais provisões. E pelas oito da noite o navio partiu, desta vez rumo à Irlanda.


Continuando a recordar representações da história da viagem inaugural do Titanic no cinema, hoje recuamos a 1929 pare evocar o filme Atlantic.

Produção inglesa (uma das primeiras do cinema sonoro), com realização do alemão Ewald André Dupont, Atlantic é na verdade um dois em um, uma vez que, nos mesmos décors, foram rodadas (e com atores diferentes) as cenas para a versão em inglês e alemão. O filme não retrata exatamente o naufrágio do Titanic, mas alude claramente ao que ali aconteceu. Baseada na peça The Berg, de Ernest Raymond, Atlantic narra o naugrágio de um grande navio que naufraga após a colisão com um iceberg. Um dos focos da atenção do filme observa a forma como um escritor ateu e um padre encaram a morte iminente. A operadora White Star (que detinha o Titanic) forçou os produtores do filme a chamar-lhe Atlantic e não Titanic.

O filme pode ser visto no YouTube. Há uma edição em DVD com o título Titanic: Disaster In The Atlantic.