Class Actress
“Rapprocher”
Carpark Records
2 / 5
De Los Angeles para Nova Iorque, das guitarras em clima indie para as electrónicas... Foi ao mudar de casa e de som que Elizabeth Harper encontrou o seu caminho. Começou na Califórnia, onde chegou mesmo a editar... Mas o que descobriu numa remistura para um tema seu criada por Mark Richardson convenceu-a a mudar. Para Brooklyn. E para um novo rumo onde as electrónicas tomavam claro protagonismo. Com o músico e produtor lançou então as bases para uma banda que pouco depois se mostrava como trio, sob o nome Class Actress. Depois de um EP de estreia em 2009, singles como Keep You e Weekend, já em 2011, cativaram atenções e prepararam a entrada em cena de Rapprocher, álbum de estreia que agora tem lançamento por estes lados. O clima é tenso, noturno (mas não festivo), juntando ecos de heranças de uma pop electrónica com raízes nos oitentas (Depeche Mode em evidência) com um certo desencanto desenhado via um certo frio electro que é coisa muito do nosso tempo, a voz de Elizabeth sublinhando os tons de uma cenografia que por vezes quase visita as periferias da negritude gótica, ocasionalmente revelando maneirismos barrocos pouco entusiasmantes. O alinhamento não repete contudo o apelo pontual de canções maiores como as que foram já editadas em single e vive num patamar onde não parece haver espaço para grandes fugas ao trilho que essas mesmas canções sugeriram. Falta a Class Actress o poder cénico de uns Chromatics e as canções (e a clareza da produção de arestas bem definidas) de Austra... Nem sempre as promessas de singles nos conduzem a grandes álbuns.