Fotos: N.G. |
Ontem caminhávamos pela Place de La Concorde. Hoje passamos o portão que faz a sua face Leste e entramos nos Jardins das Tulherias. Foram criados por Catarina de Medicis em 1564 para servir o palácio das Tulherias, a residência real em Paris, que outrora ocupava o extremo Oeste do Louvre.
O espaço foi sofrendo várias mutações ao longo dos séculos, ora servindo diretamente a residência real ora acolhendo os cidadãos. Grande parte do jardim mantém o desenho criado no século XVII por Le Nôtre (o responsável pelos jardins de Versalhes), baseado numa geometria arrumada que privilegiava jogos de simetria.
O Jardim das Tulherias foi o primeiro jardim público de Paris. A primeira vez que abriu as portas foi ainda durante o reinado de Luis XIV, em 1667, a pedido de Charles Perrault, o escritor (autor de A Bela Adormecida). Apesar de mantido sob a custódia real até à revolução francesa, as Tulherias abriam ocasionalmente as portas aos parisienses. Napoleão fez melhoramentos (criando, por exemplo, a Rua de Rivoli e erigindo um arco do triunfo perto do Louvre). No Reinado de Luis Filipe parte dos jardins ficam definitivamente abertos, regra que se mantém sob Napoleão III.
Apesar de pontuais espaços retidos como privados junto da residência real (habitada na restauração, de 1815 a 1848 e mais tarde no II Império, de 1852 a 1870), desde o século XIX as Tulherias são um espaço público, acolhendo festas e passeios. Um desses instantes ficou celebrizado no quadro Música nas Tulherias, que Claude Monet pintou em 1862.
Hoje é um dos jardins mais caros aos parisienses. Tal como acontece, não muito longe, nos Jardins do Luxemburgo ou, mais adiante, no Champ de Mars, não há tarde de sol que não tenha as cadeiras e os bordos dos lagos cheios de almas a bronzear-se.