domingo, abril 29, 2012

IndieLisboa 2012 (dia 4)


Quarto dia do IndieLisboa 2012 apresenta dois focos de atenção em duas salas ao mesmo tempo. Há que escolher (e ambos os filmes repetem). Na Culturgest, às 21.30, é apresentado Em Segunda Mão, filme de Catarina Ruivo que representa o derradeiro trabalho do ator Pedro Hestnes (repete dia 1, no Cinema Londres). Pelas 21.45 o Cinema São Jorge propõe Andrew Bird: Fever Year, documentário de Xan Aranda que acompanha o músico nos dias que se seguiram ao lançamento de Noble Beast, ouvindo-o em palco, escutando-o em estúdio ou em digressão (sendo magnífico o instante em que vemos Lusitania, do novo disco, a nascer num quarto de hotel, ao lado de Annie Clark). O filme repete dia 4, novamente no Cinema São Jorge. Ainda no São Jorge, mas na sala 3, às 18.45 passa Un Autre Homme, filme de 2008 do suíço Lionel Baier que toma o cinema como motivo de reflexão numa história que coloca nas mãos de dois críticos (ela de um jornal da cidade, ele de um semanário da província). Deixa contudo entornar temperos a mais e a história acaba com mais sabor a lugares-comuns e as personagens algo reduzidas a caricaturas, o minimalismo que toma por método de trabalho funcionando contudo a seu favor. Atenção à passagem de momentos do histórico A Canção de Lisboa, de José Cottinelli Telmo, um entre os vários episódios claramente cinéfilos deste filme em que o cinema olha para o seu próprio universo.

No blogue dedicado aos festivais de cinema do DN escrevi sobre dois dos filmes que passaram já no Indie Music.


Sobre Inni, de Vincent Morisset, que toma os Sigur Rós como objeto da sua atenção, digo que “mais próximo do que poderia ser o olhar do espectador que da soma de visões e factos que o documentarista escuta e olha”, o filme “é mais um espaço de sensações que um objetivo retrato de uma banda”.


Falando de Punk In Africa, de Keith Jones, afirmo que: “com mais entrevistas atuais que imagens de época (e falta ao filme mais representações da música de que se fala)”, o documentário “vinca o papel político e social do movimento, o seu grito de revolta nos dias do apartheid e, em concreto, o espaço que então abriu às primeiras bandas multi-raciais do país”.

Podem ler aqui os textos completos.