In The Nursery
"Koda"
Sweatbox
(1988)
Surgiram em 1981 originalmente animados pelas sugestões recentes de uns Joy Division, assimilando aos poucos as formas de emergentes correntes industriais. Tendo o par de irmãos gémeos Nigel e Klive Humberstone como núcleo original, os In The Nursery chamaram desde logo as presenças de Anthony Bennett e, mais tarde, de Dolores Marguerite C. E após um primeiro álbum e uma mão cheia de EPs que editam entre 1983 e 87 é já como quarteto que atingem, em Stormhorse (álbum de 1987) a sonoridade mais próxima de um certo classicismo com afinidades com alguma música para cinema que definirá importantes passos futuros na sua discografia. Editado em 1988, Koda é um herdeiro natural de Stormhorse. Essencialmente instrumental, o disco usa novas tecnologias de samplagem e uma multidão de sintetizadores para criar uma sugestão de som orquestral (que todavia não deixa duvidas quanto à sua origem). A sucessão de temas, onde ora se manifesta uma ordem rítmica de perfil algo militarista ora um lirismo que sugere afinidades com música para cinema, não procura exatamente uma noção de obra concetual, embora a coerência que agrega o alinhamento do disco o possa até sugerir. A abertura, em Rites, define desde logo um tom épico que todo o restante alinhamento depois mantém firme, abrindo ocasionalmente espaço a episódios mais ambientais. Koda não repete a lógica repetitiva mais evidente em Stormhorse, procurando a música outros caminhos onde, todavia, uma noção de ordem e arrumação coordenam o todo.
E depois do disco
Os In The Nursery ainda hoje são uma banda ativa, se bem que reduzidos ao par dos irmãos Humberstone. Tal e qual o som de Stormhorse e Koda sugeria em finais dos anos 80, o cinema acabaria por ser destino inevitável da sua música. Além de criarem bandas sonoras para novos filmes, assinaram novas partituras para filmes antigos como, por exemplo, o clássico O Homem da Câmara de Filmar, de Dziga Vertov.