Vemos (e ouvimos, santo Deus...) algumas notícias televisivas sobre os crimes de Toulouse e não podemos deixar de perguntar: será que alguns jornalistas sentem que estão a relatar um resumo arfante do mais recente filme de Sylvester Stallone? Há, em todo o caso, um jornalismo que pensa e que arrisca lidar com o choque. Não para chocar por chocar, antes para tentar encontrar pontos de paragem e reflexão para lidarmos com a brutalidade do mundo. O Libération, por exemplo, na sua edição de fim de semana (24/25 de Março), pergunta como é que alguém se transforma em Mohamed Merah — é também uma maneira de dizer que vivemos todos em devir, sem que nenhum rótulo definitivo possa resumir a complexidade do que somos, fazemos ou pensamos.