Digamos, para simplificar, que Cavalo de Guerra (War Horse), de Steven Spielberg, evita duas convenções agressivas:
1) - contra a celebração beata dos "efeitos especiais", prova que é possível construir um épico humano e humanista (neste caso, tendo como de fundo a Primeira Guerra Mundial);
2) - propõe uma personagem de jovem (interpretada pelo magnífico Jeremy Irvine), indissociável do gosto primitivo da aventura, nunca cedendo aos estereótipos mais básicos que têm minado as representações cinematográficas da juventude.
Para já, fica também o mais simples: Cavalo de Guerra é um dos grandes filmes do ano. E a certeza de que, se há herdeiros de John Ford no actual cinema americano, um dos mais importantes chama-se Steven Spielberg.