quinta-feira, fevereiro 09, 2012
A saga continua... em 3D
A estreia de um novo ciclo na história da saga Star Wars é hoje assinalada com a chegada aos grandes ecrãs de uma versão convertida para 3D do filme Star Wars – Episódio 1: A Ameaça Fantasma. Originalmente estreado em 1999 conta como tudo começou. Mas, com mais ou menos “D”s não deixa de ser o episódio criativa e narrativamente mais anémico da saga.
Em tempos lembro-me de se falar de uma saga em três trilogias... Talvez fosse mais ficção de quem partilhava o entusiasmo entre amigos que a verdade de quem faz os filmes e assim escreve os factos. Mas anos depois da primeira trilogia Star Wars, uma segunda ganhou forma no grande ecrã em três novos episódios estreados entre 1999 e 2005. Pelo caminho uma multidão livros de ficção tinham já criado outras visões para este universo com histórias que chegam de há muito tempo, numa galáxia distante. Houve mesmo uma interessante (mais narrativa que literariamente) visão do que aconteceria depois da queda do poder imperial em O Regresso de Jedi lançada em três livros que Timothy Zahn publicou entre 1991 e 1993. Chamou-lhe a Thrawn Trilogy e entre os títulos Heir to The Empire, Dark Force Rising e The Last Command, propunha um foco de perigo para a ordem republicana restaurada por Luke Skywalker e companhia na forma de um velho almirante fiel ao Império e um Jedi negro cuja “força” não era coisa com que se brincasse...
Mas na hora de regressar ao cinema, George Lucas optou por regressar atrás no tempo, contando-nos como afinal tudo tinha começado. Começa, estabelecendo analogias com o filme de 1977, apresentando Anakin Skywaler (o futuro Darth Vader e pai de Luke e Leia) no mesmo planeta em que o herói da saga nos é apresentado em A Guerra das Estrelas. Entre lugares comuns e novos povos a história divide atenções entre o jovem Anakin e o clima de tensão que se estabelece por um bloqueio espacial que dá conta de primeiros sinais de convulsão que, com o tempo, se transformarão para uma ameaça para a república, cuja segurança e paz é mantida pelos cavaleiros Jedi.
Como sinopse a coisa parece interessante. Mas em A Ameaça Fantasma George Lucas pareceu mais interessado em explorar as potencialidades das novas ferramentas ao serviço da animação digital, a narrativa de dieta e a caracterização anorética das personagens servindo para pouco mais que motivos para a exposição de imagens. Pelo caminho junta a figura (que, de tão criticada, acabaria por secundarizar em filmes seguintes) de Jar Jar Binks, um suposto gerador de comic refief a milhas das frases célebres de C3P0 ou Han Solo na trilogia original. Vá lá que a coisa melhorou quando, em 2002, o Episódio II mostrou ser (mesmo com as devidas – e grandes – distâncias), o Império Contra-Ataca desta segunda trilogia.