quinta-feira, fevereiro 09, 2012

O silêncio segundo Carlos Lobo

Que esperamos de um fotógrafo que decide mostrar-nos o mundo... à nossa volta? Tudo e nada. Ou talvez apenas a energia que, por uma espécie de pulsão paradoxalmente racional, nos garanta que vale a pena continuar a olhar. É isso que encontramos nas belas e austeras imagens de Carlos Lobo (expostas em Guimarães). Dir-se-ia que acedemos a momentos de um filme não exactamente mudo, mas onde a suspensão do ruído nos faz apreciar de novo a paz de algum silêncio.
São interiores e exteriores, registos de Portugal, do Líbano ou do Japão, à procura de uma quietude primordial, apenas habitada pela certeza física do tempo — uma démarche, enfim, que nos envolve através de uma tocante intimidade, mesmo quando o espaço se abre, sereno, até à precisão inalcançável do infinito. Tão longe, tão perto.

>>> Exposição em Guimarães (CAAA), até 4 de Março.
>>> Site oficial de Carlos Lobo.