A Invenção de Hugo, de Martin Scorsese, e O Artista, de Michel Hazanavicius, são os filmes com maior número de nomeações para a 84ª edição dos Oscars de Hollywood (cerimónia a 26 de Fevereiro), respectivamente em onze e dez categorias. São também dois dos nove títulos nomeados para o Oscar de melhor filme do ano (entre parêntesis os respectivos produtores):
* O ARTISTA (Thomas Langmann), de Michel Hazanavicius (+)
* OS DESCENDENTES (Jim Burke, Alexander Payne e Jim Taylor), de Alexander Payne (+)
* EXTREMAMENTE ALTO, INCRIVELMENTE PERTO (Scott Rudin), de Stephen Daldry
* AS SERVIÇAIS (Brunson Green, Chris Columbus e Michael Barnathan), de Tate Taylor
* A INVENÇÃO DE HUGO (Graham King e Martin Scorsese), de Martin Scorsese (+)
* MEIA-NOITE EM PARIS (Letty Aronson e Stephen Tenenbaum), de Woody Allen (+)
* MONEYBALL - JOGADA DE RISCO (Michael De Luca, Rachael Horovitz e Brad Pitt), de Bennett Miller
* A ÁRVORE DA VIDA (nomeados a anunciar), de Terrence Malick (+)
* CAVALO DE GUERRA (Steven Spielberg e Kathleen Kennedy), de Steven Spielberg
Os cineastas assinalados (+) repartem as nomeações na categoria de melhor realização. A lista completa de nomeados pode ser consultada no site oficial da Academia, por categoria ou por filme.
J. L.: Na prolongada crise de audiências (televisivas) para a cerimónia dos Oscars, que factores poderiam ser corrigidos? Por certo, os que decorrem de alguma estabilidade na sistematização das escolhas. Assim, depois de considerar que cinco títulos para melhor filme era pouco, a Academia passou para dez e este ano optou por... nove. Faltaram votos... Na prática, ainda que involuntariamente, sugere-se que a celebração de "mais" filmes esbarra com o reconhecimento de "menos" filmes para celebrar. Isto para já não falarmos do silêncio a que é sujeita a experiência histórica, técnica e formalmente decisiva, de As Aventuras de Tintin - O Segredo do Licorne, de Steven Spielberg — como é possível que a Academia ignore o vanguardismo de Spielberg, não o incluindo nos nomeados para melhor filme de animação? Será que no ano do seu Tintin, a consagração irá para O Gato das Botas? Enfim, Martin Scorsese, com a sua admirável experiência em 3D, A Invenção de Hugo, está presente. Mas David Fincher ficou de fora: a sofisticação criativa também se castiga? Ou há quem só veja os efeitos especiais quando algum super-herói caminha na companhia de duas explosões por segundo?
N. G.: Há poucos dias, nos Globos de Ouro, a adaptação das Aventuras de Tintin por Steven Spileberg teve justo reconhecimento como Melhor Filme de Animação. Goste-se ou não do filme brada contudo o silêncio com que o filme é encarado nas nomeações para a mesma categoria, agora, nos Óscares (onde o filme apenas concorre para Melhor Banda Sonora). Contraste curioso com Cavalo de Guerra, o outro filme do mesmo realizador, que parte com cinco nomeações. Será reação a uma aposta essencialmente europeia pelo realizador americano?... Que dizer depois da magra dieta de duas canções apenas na respetiva categoria? Que as outras não prestavam? Ou que o que não serve é mesmo o critério com que a seleção aqui é feita? Recorde-se que, nos Globos de Ouro, Masterpiece, de Madonna, foi outra justificada vitória. Salva-se o panorama com aquela que foi a falha maior dos Globos de Ouro (na verdade coisa não devidamente resolvida também por aqui): as três nomeações para A Árvore da Vida, de Malick, que assim concorre para Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Fotografia. Num mundo justo não só venceria estas categorias como deveria ter nomeações para Melhor Atriz (Jessica Chastain), Melhor Montagem (como falha aqui a Academia!), sem esquecer os prémios técnicos na montagem e mistura de som... Mas aqui, se calhar, faltam as bombnas e as explosões e os monstros para parecer que o som é mesmo feito a premiar... Enfim...
N. G.: Há poucos dias, nos Globos de Ouro, a adaptação das Aventuras de Tintin por Steven Spileberg teve justo reconhecimento como Melhor Filme de Animação. Goste-se ou não do filme brada contudo o silêncio com que o filme é encarado nas nomeações para a mesma categoria, agora, nos Óscares (onde o filme apenas concorre para Melhor Banda Sonora). Contraste curioso com Cavalo de Guerra, o outro filme do mesmo realizador, que parte com cinco nomeações. Será reação a uma aposta essencialmente europeia pelo realizador americano?... Que dizer depois da magra dieta de duas canções apenas na respetiva categoria? Que as outras não prestavam? Ou que o que não serve é mesmo o critério com que a seleção aqui é feita? Recorde-se que, nos Globos de Ouro, Masterpiece, de Madonna, foi outra justificada vitória. Salva-se o panorama com aquela que foi a falha maior dos Globos de Ouro (na verdade coisa não devidamente resolvida também por aqui): as três nomeações para A Árvore da Vida, de Malick, que assim concorre para Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Fotografia. Num mundo justo não só venceria estas categorias como deveria ter nomeações para Melhor Atriz (Jessica Chastain), Melhor Montagem (como falha aqui a Academia!), sem esquecer os prémios técnicos na montagem e mistura de som... Mas aqui, se calhar, faltam as bombnas e as explosões e os monstros para parecer que o som é mesmo feito a premiar... Enfim...