Em tempo de revisão do que aconteceu ao logo de 2011 hoje escutamos o melhor do ano segundo Miguel Simões, autor do blogue Anita vai ao Mel. Um obrigado ao Miguel pela colaboração.
Se a Pop Lo-fi não é de hoje, e a recente digressão europeia do ancião R.Stevie Moore assim o prova, 2011 foi talvez o ano em que a pureza da estética de quarto extravasou a forma e assumiu a maturidade alcançada no ano anterior em Before Today, de Ariel Pink. Para isso muito contribuiu o esforço da quase artesanal editora norte americana Not Not Fun, que sozinha editou três das mais interessantes experiências de 2011: a ironia hipnótica de One Nation (Hype Williams), a dub invertida feita perfeição do enorme 936 (Peaking Lights), a disco-pop de quarto tão inocente quanto cerebral de Cabaret Cixous (Maria Minerva). Esta ultima jovem, Maria Juur de nome e recentemente a viver em Lisboa, foi a clara revelação do ano aqui para nós, com três EPs e um album absolutamente essenciais e todos saidos num espaço inferior a 12 meses.
Os pózinhos da lo-fi continuaram a espalhar magia por terrenos menos evidentes para além da pop (John Maus regressou em grande), como os do hip-hop: Exmilitary dos Death Grips é cru como peixe a morrer na proa, barulhento e apostado a destruir de vez qualquer estereótipo que ainda exista sobre o lugar do artista de hip-hop no status quo.
Sobre todos os outros, não valerá a pena acrescentar mais ao que já foi escrito um pouco por todo o lado, excepção feita para True Loves, dos Hooray For Earth: os Metronomy apresentaram um grande disco, mas True Love é para a Anita o grande disco indie-pop do ano.
Maria Minerva - Cabaret Cixous
Pj Harvey - Let England Shake
Hype Williams - One Nation
John Maus - We Will Become The Pitiless Censors of Ourselves
Panda Bear - Tomboy
Peaking Lights - 936
Julia Holter - Tragedy
James Blake - James Blake
Death Grips - Exmilitary
Hooray for Earth - True Loves
Menção Honrosa: Kurt Vile - Smoke Ring For My Halo
Aposta para 2012:
Julia Holter