Foto: N.G. |
E começou a poupança. Esta semana soube-se do congelamento de apoios ao cinema. E ontem o teatro São Carlos anunciou uma remodelação da temporada, cancelando três óperas, adiando uma outra e tirando uma récita a mais uma (junta contudo uma nova produção, em maio, à sua agenda de trabalhos)... Em tempo de acertos de contas era de esperar. Mas que se façam os ajustes com saber e atenção e não olhando apenas para as listas do deve e haver nas folhas das contas... Porque há factos, obras, trabalho, profissionais e consequências além dos números.
2011 viveu um ano invulgarmente feliz para o cinema português e os feitos internacionais alcançados exigem que os ajustes nas contas se façam com atenção a algo que se semeou e convém não ceifar sem antes pensar.
Já no São Carlos ajustam-se detalhes... O nosso teatro de ópera procura assim uma gestão de custos mais cuidada. Que o faça, pois que as contas assim o exigem. Mas que pense igualmente como encarar um futuro onde há que alargar horizontes e tentar cativar outros públicos. É certo que certas produções exigem fundos que talvez se tornem por agora inalcançáveis. Mas que tal outras óperas, outras músicas, outras épocas, outras ideias? Mantendo firme a presença dos nomes canónicos, não pode uma temporada olhar um pouco além do mais-do-mesmo?