quarta-feira, dezembro 14, 2011
O nosso vizinho mais distante
É o nosso vizinho mais distante. E que, despromovido numa recente reunião de astrónomos, deixou de ser Planeta (agora é um planeta anão). Seja como for Plutão é um dos mundos mais intrigantes do nosso sistema solar, tendo até sido palco para Icehenge, um dos romances do escritor de ficção científica norte-americano Kim Stanley Robinson. E é o objecto da atenção de um bem interessante livro de Barrie W. Jones.
Chama-se Pluto: Sentinel of The Solar System e é um olhar de síntese sobre tudo o que até hoje sabemos sobre o distante Plutão, desde o fascinante relato da sua descoberta (por comparações entre pontos em duas chapas fotográficas) em 1930 a uma análise (ainda feita à distância) sobre o que poderá ser a superfície do planeta, a sua eventual atmosfera, os três satelites que o orbitam (Caronte, Nyx e Hydra), a sua composição e estrutura interna… Dados que em 2015 poderão ser confirmados, amplificados (ou refutados) com a chegada da sonda New Horizons, que segue neste momento já para lá da órbita de Júpiter, para assinara a primeira visita de um objecto construído pelo homem às cercanias do mundo distante deste pequeno planeta.
O livro junta à descrição do que se sabe sobre Plutão alguma informação adicional sobre mundos que estão imediatamente mais próximos (Urano e Neptuno, em concreto, relatando até como foram descobertos) e, depois, avançando pela Cintura de Kuiper, espreitando o que o espaço do nosso Sistema Solar poderá ter para lá do planeta anão que lhe serve de “sentinela”.
Destaque-se a capacidade do autor em entender dois níveis distintos de leitura neste livro. Um deles, correndo capítulo após capítulo falando num patamar de divulgação científica para o não especialista, um outro, mais adiante, aprofundando detalhes em pequenas inserções complementares de texto.