segunda-feira, dezembro 19, 2011

Novas edições:
Portishead, Chase The Tear


Portishead
"Chase The Tear"
XL Recordings
5 / 5

Longa se tornou a espera depois do álbum ao vivo gravado em Nova Iorque em finais dos anos 90. Dez anos separaram esse registo de um novo disco, e, feitas as contas foram onze os que viveram sem novas canções. Revelados pelo histórico Dummy em 1994, os Portishead lançaram segundo disco (em política de continuidade) em 1997 e só em 2008 chegou Third que, como o nome indica, foi o seu terceiro álbum de originais. Profundamente reinventados, sob uma linguagem mais angulosa e uma outra exploração das electrónicas mostravam-se novamente na linha da frente da invenção renovando um estatuto de banda visionaria que poucas discografias se podem gabar de conhecer em discos com tamanho afastamento no tempo entre si. Desde então não baixaram os braços, mas tem sido na estrada que mais têm centrado a sua actividade. Em finais de 2009 lançavam um inédito exclusivamente em formato digital (as vendas revertendo em favor da Amnistia Internacional). Agora, dois anos depois (e ainda sem um novo álbum com data agendada), regressam aos discos com a edição, em suporte físico, do máxi-single (edição exclusiva em vinil) com essa mesma canção como elemento protagonista (e uma vez mais reactivando a mesma campanha humanitária). Chase The Tear é, tal como Third mostrara, um sinal mais de uma banda que não quer ficar mais estagnada num mesmo patamar. Parte da relação mais crua (poderíamos até dizer primordial) com as electrónicas que escutávamos já no disco de 2008, mas aprofundam um relacionamento com uma ideia mais próxima de uma matriz anos 70, algo entre o tom metronómico dos Kraftwerk e o apelo repetitivo de um Moroder, despindo completamente o tom festivo deste último, o ambiente sendo antes coisa tensa, assombrada, magoada. Afinal, estamos em terreno Portishead!... Chase The Tear é uma canção arrebatadora, tão vibrante como o foram outros “clássicos” marcantes da sua discografia, abrindo claramente o apetite para o “quarto” disco, chegue ele quando chegar. O lado B junta à versão do single uma remistura, por Errhead (a Doledrums Reimagine). Agora resta esperar pelo álbum. Esperemos, contudo, sentados...