quinta-feira, dezembro 15, 2011
'Aladdin' (1992)
por Tiago Pereira
Este mês pedimos a uma série de amigos que nos falassem do “seu” filme da Disney. Hoje recordamos Aladdin, longa-metragem de 1992 que aqui é evocada por Tiago Pereira, jornalista do i e autor do blogue Independanças. Um muito obrigado ao Tiago pela colaboração.
Aladino é uma estrela rock, não gostar dele é uma missão impossível. É um hipster das mil e uma noites, um DJ das arábias em período sabático para se resolver de amores. Isto tudo hoje, porque, em tempos de idades mais curtas, bastava-nos saber que o herói era o tipo mais cool do universo conhecido e disponível. Tinha a namorada mais desejada e concorrida do pedaço – pelos atributos evidentes e pelas mais valias da boa família que a gerou; era acompanhado por um génio, que na verdade era Robin Williams, capaz das melhores e mais astutas proezas; e conjugava o corte de cabelo com toda coolness do deserto, com uma capacidade invulgar para cantar as coisas do coração, boa voz e versos certeiros incluídos. Aladino apareceu em 1992, depois de A Pequena Sereia (1989) e A Bela e o Monstro (1991), que é como quem diz, no momento certo: para a Disney preparar o mega-sucesso que se seguiu, O Rei Leão (1994), e para nós, pirralhos aleijados pela adolescência que aí vinha, os que se preparavam para vestir flanela e ter nas paixões as maiores dores de crescimento imagináveis. Como o intrépido árabe que víamos na tela: tinha tudo isso e safava-se com pinta. Já nessa altura a inveja era tramada.