domingo, novembro 20, 2011

Visões para orquestra


Sexto volume de um percurso através da obra orquestral de Claude Debussy pela Orquestra de Lyon, sob a direcção de Jun Märkl. Edição pela Naxos. 

Um dos inventores da música do século XX,. Claude Debussy (1862-1918) assinou importante obra para orquestra, em volume todavia inferior ao extenso conjunto de peças para piano (que ganham preponderância na sua agenda de trabalhos depois de 1900) ou de composições para voz (mais de 80 canções e uma ópera, estas com maior representação no século XIX). Com expressão maior muitas vezes reconhecida em La Mer (de 1905), a obra orquestral de Debussy conhece cedo as marcas de transgressão regras que definiu a sua música, a sua visão de cor, ritmo e mesmo de forma ganhando visibilidade logo em composições como o célebre Prelude à L’Aprés-Midi d’un Faune, de 1894. Neste sexto volume de peças orquestrais o maestro Jan Märkl (antigo aluno de nomes como Celibidache, Ozawa e Bernstein) percorre caminhos que nos fazem passar por vários períodos da obra do compositor.

A belíssima Suite Bergamasque (publicada em 1905), que traduz um sentido de nostalgia fin de siècle, abre um alinhamento que termina com a única tentativa do compositor pelos caminhos sinfónicos na Sinfonia em Si Menor, de 1880. Entre estas obras encontramos aida a Petite Suite, de 1889, Printemps, de 1887 (mas revisto em 1912) e En Blanc et Noir, numa orquestração estreada em 2004 (assinada por Robin Holloway), a partir de uma partitura para dois pianos que data de 1915.