quarta-feira, novembro 16, 2011

Novas edições:
Slove, Le Danse


Slove 
“Le Danse” 
Peschent 
3 / 5 

Um produtor e DJ francês, um guitarrista sueco, uma mão cheia de convidados e um disco que gosta do sabor da canção mas que é casa evidente para a expressão de visões de quem está mais perto dos espaços da música de dança. Fosse preciso descrever Le Danse numa frase e esta era uma definição possível para o álbum de estreia do projecto Slove, que junta Julien Barthe a Leo Helleden (o primeiro o francês, o segundo, o sueco) para, através de dez canções, nos proporcionar uma visão pop de caminhos que são evidente expressão actual de vivências talhadas em espaços mais próximos da pista de dança, com afinidades frequentemente evidentes para com terrenos electro, e ainda com suficientes janelas abertas sobre referências da cultura indie. Barthe está longe de ser um novato. É um produtor e DJ com carreira bem sucedida em França, esta sendo contudo a sua primeira experiência por terrenos autorais a esta dimensão, o álbum revelando por um lado uma interessante carta de intenções, por outro não mostrando suficientes vitaminas que lhe garantam a expressão de algo diferente ou, se formularmos a coisa de outra maneira, capaz de o levar a brilhar onde outros já correm há algum tempo. O melhor do disco mora mesmo nas faixas de abertura nas quais, entre as vozes convidadas de nomes como Sarah Krebs, Olivier Rocabois ou Michael Giffs, se desenham caminhos algo familiares aos que uns Fuyjiya & Myiagi seguiram no mais recente Ventriloquizzing (Le Danse ou The Brightest) ou lembram os terrenos feitos de híbridos indie electro que uns Souwax ajudaram a talhar (Flash). Já a pastilha elástica electro que se escuta em Carte Postale parece mais coisa electrónica francesa em piloto automático, assim como a mais evidente abertura a heranças indie à la 80s em Find Out desfoca mais ainda o alinhamento. Nome, mesmo assim, a seguir com atenção.