quarta-feira, outubro 19, 2011

Pelo álbum de estreia dos Pink Floyd

Um olhar atento pelo álbum de estreia dos Pink Floyd num livro de 124 páginas assinado por um músico e também radialista que tem discos assinados sob a designação Prosephone e que conta entre a sua colecção pessoal de instrumentos um órgão Farfisa usado nas primeiras gravações dos Floyd.

Foi publicado em 2003 como um dos primeiros volumes da colecção 33 1/3 (o sexto, para sermos exactos). Integralmente dedicado ao álbum The Piper At The Gates of Dawn, o livro de John Cavanagh é um interessante olhar pelo momento de invulgar criatividade que fez do álbum de estreia dos Pink Floyd um dos momentos maiores do psicadelismo nascido em solo londrino na segunda metade dos sessentas. Sem ignorar os singles que o precederam nem o desfecho inesperado que teve a vida da formação inicial da banda (com o afastamento de Syd Barrett), o livro procura antes escutar como ganhou forma uma música que, por um lado, muito devia a um certo caos arrumado que começara a ganhar forma (e visibilidade) nas célebres noites UFO na Londres de 1966 e, por outro, era resultado de uma atenção dos músicos, e em particular Syd Barrett, pelo fenómeno da música pop. Contando com entrevistas a figuras como Nick Mason, Peter Jenner ou Storm Thorgerson, entre outros, o livro é ainda particularmente atento ao trabalho de estúdio, reparando características e rotinas de um tempo em que Abbey Road (que ainda não respondia por esse nome, já que essa foi designação que só ganhou peso oficial depois do álbum de 1969 dos Beatles) era um espaço de engenheiros e técnicos vestidos de bata, com horários fixos e certas regras bem distintas das que, por essa altura, começavam a ser contrariadas pelos Beatles (que ali registavam, ao mesmo tempo, o mítico Sgt. Peppers).