sexta-feira, outubro 14, 2011

O mundo de Oliver


Se há coisa que não costuma faltar nos grandes ecrãs é a ocasional história coming-of-age. Daí que se destaque em Submarino a forma inteligente como o realizador Richard Ayoade, a partir de um romance homónimo de 2008 de Joe Dunthorne consegue evitar os caminhos de sempre e, com tantos ingredientes e temperos comuns a tantas outras histórias, fazer um filme inesperadamente interessante.

Bom, se um cartaz justifica a vontade de ver um filme, então no de Sumbarino podemos ler um primeiro voto de confiança em seu favor. Depois, e já sobejamente conhecidas (porque editadas em disco há já alguns meses), as belíssimas canções, feitas de fragilidade e melancolia, que Alex Turner (dos Arctic Monkeys e Last Shadow Puppets) compôs, interpretou e gravou para o filme representam mais uma boa opinião em seu favor. Há ainda a história. A de Oliver, um adolescente algo alienado (e deprimido) que idealiza verdades que não encaixam exactamente na realidade e cujo calvário existencial vemos seguir sempre pelos atalhos menos luminosos num mundo de acontecimentos entre o seu universo particular e o mundo ao seu redor.

O que surpreende mais em Submarino é como, numa primeira obra, Ayoada resolve de forma tão clara e segura tantos elementos que chama a uma história que tinha tudo para ser igual a tantas outras. E não é.


Imagens do trailer do filme