Sexto dia da 15ª edição do festival Queer Lisboa, que decorre até sábado no Cinema São Jorge. Antes do presente mais uma memória.
Foi no ano 2000, no 4º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. Assinado por
João Pedro Rodrigues,
O Fantasma causava sensação e enchia, bem acima da capacidade da sala, o Fórum Lisboa... O filme, primeira longa-metragem para aquele que é hoje um dos mais internacionalmente divulgados dos cineastas portugueses, dava importantes passos e desde logo deixava claro que algo absolutamente inédito acontecia no cinema feito deste lado da fronteira. A narrativa apresenta e segue um jovem que trabalha na recolha do lixo. Um espírito inquieto, que nos revela aos poucos uma pulsão de desejo (que concretiza em encontros fugazes, alguns mais sonhados que fisicamente vividos em pleno) mas também de afecto. Sobretudo através de imagens em cenário nocturno, a câmara de João Pedro Rodrigues observa fisicamente o desejo (o que é satisfeito e o que fica por realizar), materializando-o não entre as formas mais “habituais” das saídas entre bares e discotecas, mas num terreno onde o festim das luzes e dos copos não existe. Estamos antes em ambiente cru, sujo, realista. Tendo por fundo uma Lisboa que existe (mas que até então o cinema poucas vezes havia visitado),
O Fantasma representou um marco na história do cinema made in Portugal. Marcou presença em festivais por todo o mundo, foi lançado em diversos territórios. E abriu desde logo espaço a algumas demandas que o realizador aprofundaria em filmes subsequentes. A sua mais recente longa-metragem,
Morrer Como Um Homem, foi filme de abertura do Queer Lisboa 13, em 2009.
Podem ver o trailer do filme
aqui.
O Queer Lisboa 15 apresenta hoje, pelas 22.00, na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge, o filme alemão Stadt Land Fluss, de Benjamin Cantu.
Podem ver o trailer do filme
aqui.
E
aqui podem consultar a programação para hoje.
