Quarto dia da edição 2011 do Queer Lisboa, esta segunda feira propõe uma série de filmes para ver entre as salas do Cienma São Jorge. Mas antes dos filmes para hoje, uma memória...
Um filme sobre identidade de género,
XXY, de Lucia Puenzo, foi um entre os muitos exemplos da vitalidade do novo cinema argentino a marcar presença entre as edições mais recentes do Queer Lisboa. Protagonizado por Ines Efron (que o festival tinha já visto antes em
Glue, de Alexis dos Santos),
XXY tem como figura central uma jovem hermafrodita. Os pais saíram da cidade, afastando-a (e a si mesmos) para uma pequena povoação de pescadores. Os comportamentos de Alex (assim se chama) começam a revelar uma progressiva aproximação a modelos masculinos. Chega a visita de um médico (e respectiva família), mas o conflito estala onde seria se esperar, à partida, uma outra capacidade em lidar com a diferença e o preconceito. Do confronto de Alex com os seus medos e desejos, com a presença próxima do filho do médico e a agressividade de rapazes da aldeia,
XXY é um pungente filme onde a contenção das imagens contrasta com o fulgor da luta interior da personagem principal, atormentada por uma crise de indentidade e com as reacções dos que, de fora, não imaginam o que sente, lá dentro. O filme passou no Queer Lisboa 12, em 2008.
Podem ver aqui o trailer do
filme.
Hoje há duas propostas fortes entre as duas sessões da noite no Queer Lisboa 15. A Sala Manoel de Oliveira apresenta
Fjillet, filme norueguês que projecta uma história vivida entre duas mulheres num cenário de montanha. Na Sala 3 passa
Die Jungs vom Bahnhof Zoo, documentário sobre a prostituição em Berlim, assinado pelo veterano Rosa von Praunheim.
