Era legítimo esperar que a informação tivesse gerado muitas e variadas horas sobre o grande evento televisivo do domingo, dia 18 (madrugada de segunda-feira na Europa): a 63ª edição dos Emmys, os prémios da Academia de Artes e Ciências da Televisão.
Mas não, a jornada futebolística mereceu mais atenção, mais debates e mais especulações do que as proezas de Mad Men ou Modern Family. Ainda por cima, até mesmo um nome do cinema (um tal Martin Scorsese) ganhou um Emmy. De facto, a lógica televisiva dominante, enredada na caricatura fulanizada da política e na celebração quotidiana da “crise”, já quase não sabe olhar para o que acontece à sua volta... nem mesmo para conferir alguma importância a fenómenos como os Emmys.
Convenhamos que não há nisso nada de surpreendente: do mesmo modo que se submeteu ao império narrativo e económico da telenovela, quase todo o espaço audiovisual português secundarizou os mais nobres produtos da televisão que se faz em todo em mundo e, em particular, nos EUA. A não ser que alguém queira fazer o favor de avançar para, estoicamente, defender a estética das telenovelas (uma qualquer) contra, por exemplo, o humor de 30 Rock... Será como tentar demonstrar que o “Menino da Lágrima” bate aos pontos a “Última Ceia” de Da Vinci. Boa sorte!
Mas não, a jornada futebolística mereceu mais atenção, mais debates e mais especulações do que as proezas de Mad Men ou Modern Family. Ainda por cima, até mesmo um nome do cinema (um tal Martin Scorsese) ganhou um Emmy. De facto, a lógica televisiva dominante, enredada na caricatura fulanizada da política e na celebração quotidiana da “crise”, já quase não sabe olhar para o que acontece à sua volta... nem mesmo para conferir alguma importância a fenómenos como os Emmys.
Convenhamos que não há nisso nada de surpreendente: do mesmo modo que se submeteu ao império narrativo e económico da telenovela, quase todo o espaço audiovisual português secundarizou os mais nobres produtos da televisão que se faz em todo em mundo e, em particular, nos EUA. A não ser que alguém queira fazer o favor de avançar para, estoicamente, defender a estética das telenovelas (uma qualquer) contra, por exemplo, o humor de 30 Rock... Será como tentar demonstrar que o “Menino da Lágrima” bate aos pontos a “Última Ceia” de Da Vinci. Boa sorte!