Jonas Lundqvist, finlandês, estudou e praticou bailado antes de, em 2002, se dedicar à fotografia. Não será preciso muito para percebermos que a herança da dança lhe deixou um gosto apuradíssimo, por certo pudico, pelo movimento do corpo. Mas é um gosto paradoxal, atraído pelos desenhos desse movimento, mas também pela possibilidade da sua insólita suspensão — suspense, apetece dizer, de tal modo Lundqvist, da encomenda de moda ao retrato clássico, parece fotografar o enigma de algo que vai acontecer e cuja identidade (abstracta?) talvez já não pertença ao domínio fotográfico. Um universo fascinante, a descobrir.