Subitamente, um filme que não tem medo de ser romântico... Desde logo (e não é pouco), recusando a formatação dramática e moral de muitos modelos televisivos; depois, de forma algo insólita, fazendo passar uma perturbação de esperança que contrasta, ponto por ponto, com o niilismo dos tempos: Angèle e Tony, primeira longa-metragem de ficção da realizadora Alix Delaporte, narra o envolvimento improvável de uma mulher em liberdade condicional e um pescador como quem refaz, a partir do zero, o melodrama familiar. Ou ainda: como é que a ordem social integra (ou rejeita) a desordem dos afectos? Pormenor não secundário: Clotilde Hesme e Grégory Gadebois são magníficos — este é o trailer oficial.