sexta-feira, julho 08, 2011

José Sócrates na Moody's?


Que bom!
Face à violência da Moody's, Portugal ergue-se no seu legítimo orgulho e faz frente às lógicas mais desumanas da economia contemporânea — fala-se mesmo, sem pestanejar, em "ditadura" das agências de rating.
Desde os serenos pensadores da classe política até aos excelsos comentadores de televisão, passsando pelo Presidente da República (que bom: um Presidente que fala, realmente, dos problemas do país), compreendemos que somos adultos: é possível, como mínimo olímpico da inteligência, pensar os nossos problemas sem demonizar algum outro, supostamente a raiz de todos os males do país.
De repente, percebemos que a conjuntura nacional é assustadoramente complexa. E que o país não acaba em Badajoz nem no Cabo da Roca... E que, imaginem, existe um mundo à nossa volta. E há a Europa. E a Alemanha. E o euro e o dólar. Tanta coisa que não sabíamos que existia e que, pelos vistos, nem sempre controlamos.
Somos até capazes de ouvir Pedro Passos Coelho descrever as notícias da Moody's como um "murro no estômago" e, sem histeria, sorrirmos com terna cumplicidade. Que bom!
Mas não desesperemos: está por provar que José Sócrates não é funcionário da Moody's...