Morreu ontem, vitima de uma pneumonia, uma figura ímpar na história recente da música portuguesa. Como criador musical esteve sempre ligado à linha da frente de visões em terrenos onde explorar e experimentar eram verbos a conjugar. Do jazz e das suas periferias aos espaços da música concreta ou do minimalismo, a sua obra é ampla e sempre desafiante. Entre colaborações com outros músicos, entre os quais Elliot Sharp, Chris Cutler, Sunny Murray, Jac Berrocal ou Carlos Zíngaro, e o trabalho nas bandas em que militou (em concreto a Anar Band e os Telectu) deixou vasta obra em disco que conta perto de vinte títulos. À criação musical juntou desde cedo espaços de reflexão na escrita, tendo assinado variados artigos para os media e ainda uma bibliografia que inclui, entre outros, livros como Revolução jazz (1972), Jazz-Off (1973), Rock Trip (1974), Rock & Droga (1982), Música Minimal Repetitiva (1990), Música e Mass Media (1996) ou B-Boy (1998).