1. A CONSPIRADORA (2011), de Robert Redford.
Na genealogia cinematográfica de Abraham Lincoln, o filme biográfico dirigido por David W. Griffith será o caso mais bizarro de esquecimento. Desde logo porque Griffith é um dos patriarcas fundadores de Hollywood (e, mais especificamente, de um dos seus estúdios: United Artists); depois, porque tendo sido ele um dos criadores nucleares do período mudo, Abraham Lincoln (1930) foi, justamente, o seu primeiro título 100% sonoro.
Griffith terá sido vítima de uma conjuntura em acelerada transformação e também, em parte, da sua descrença nas potencialidades do sonoro (só dirigiria mais um filme, The Struggle, em 1931). Em qualquer caso, a sua situação no interior de Hollywood tinha-se fragilizado imenso, sobretudo após os insucessos de America e Isn't Life Wonderful (ambos de 1924). Abraham Lincoln sobreviveu à conjuntura, e a todas as convulsões do cinema, permanecendo como um exemplar drama histórico que vale a pena redescobrir. A ironia dos tempos, e também o facto de ter entrado no domínio público, faz com que seja possível vê-lo na Internet, por exemplo no Internet Archive (em cópia de qualidade reduzida).
>>> D. W. Griffith no Senses of Cinema.