É conhecida a polémica em torno da tatuagem que o actor Ed Helms usa enquanto personagem de A Ressaca - Parte II: como noticiou o New York Times, S. Victor Whitmill, criador do desenho, copiado do rosto de Mike Tyson (que também aparece no filme), considerou que os seus direitos de autor não tinham sido acautelados e decidiu recorrer a um juiz, tentando impedir a Warner Bros. de usar a respectiva imagem.
O processo poderá ter ainda uma evolução mais ou menos pacífica. Em todo o caso, fica um dado surpreendente e sintomático: para a edição do filme em DVD, a Warner Bros. admite suprimir digitalmente a tatuagem no rosto de Ed Helms.
Vivemos, assim, num tempo de perversa vulnerabilidade das imagens. Dito de outro modo: o digital instalou uma espécie de liberalismo sem rosto (ou sobre os rostos...) em que nenhuma imagem é um dado definitivo ou aquietado. Em boa verdade, já não é imagem, mas um mero traço de circulação informativa. Porventura sem se aperceber disso, a Warner Bros., cedendo a esta "correção", está a promover a mais pura arbitrariedade visual e figurativa. Uma imagem? Tanto faz...