Actor americano de teatro e cinema, teve a sua imagem mais popular associada à série televisiva Columbo — sofrendo há vários anos da doença de Alzheimer, o novaiorquino Peter Falk faleceu em Los Angeles, no dia 23 de Junho, contava 83 anos.
Na personagem do tenente Columbo, da polícia de Los Angeles, Falk conseguiu a proeza rara de conciliar uma postura vulgar e "distraída" com a representação da mais pura e lúdica racionalidade: a série (cujo período principal de emissão foi 1971-78) permanece como um exemplo modelar de um conceito de televisão alicerçado numa elaborada arte narrativa, com evidentes raízes cinematográficas. Com Columbo, ganhou um Globo de Ouro (1973) e quatro Emmys (1972, 1975, 1976 e 1990); obteve ainda um quinto Emmy com a sua participação em The Dick Powell Show (1962).
Com uma sólida experiência teatral, Falk encarnou como poucos a grande tradição dos secundários americanos. Foi, aliás, nessa condição que obteve duas nomeações para os Oscars, com Murder, Inc. (1960), de Burt Balaban e Stuart Rosenberg, e Milagre por um Dia (1962), derradeira longa-metragem de Frank Capra.
Grande parte da sua carreira está ligada à televisão, quer em séries, quer em telefilmes. Em cinema, surgiu, por exemplo, em O Mundo Maluco (1963), de Stanley Kramer, O Castelo de Maldorais (1969), de Sydney Pollack, Maridos (1970) e Uma Mulher sob Influência (1974), ambos de John Cassavetes, e As Asas do Desejo (1987), de Wim Wenders.