terça-feira, junho 07, 2011
Novas edições:
Arctic Monkeys, Suck it and See
Arctic Monkeys
'Suck It and See'
Domino
3 / 5
Faz já parte da história (até podemos dizer remota) dos Arctic Monkeys o tempo em que a banda era dada como exemplo de uma nova ordem na forma de usar a Internet ao serviço da divulgação de novas ideias, o impacte global de I Bet You Look Good On The Dance Floor e outras das suas primeiras canções tendo, de facto, revelado que outros caminhos existiam para a música chegar de quem a fazia a quem a escutava em pleno século XXI. O impacte foi tal que, ainda hoje, o álbum de estreia dos Arctic Monkeys mora no topo da lista dos discos com maiores vendas mais imediatas na história do mercado discográfico no Reino Unido. Mas o tempo foi passando. E fez-lhes bem. Depois de um segundo álbum em regime de continuidade, o terceiro, Humbug (2009) revelava a descoberta e assimilação de outras heranças, revelando-nos uma nova etapa de horizontes mais alargados e, decididamente, canções bem mais interessantes. Suck It and See de certa forma, segue por pistas que Humbug começou a trilhar. Apesar de alguns aperitivos menos entusiasmantes (dados a conhecer há já algumas semanas e que pareciam indicar que um disco mais intenso, distorcido e eléctrico estaria a caminho), Suck It and See deixa de lado uma ideia de garage rock imediato e juvenil e insiste numa ideia de canção mais atenta à soma de outras preocupações, da construção melódica às palavras que escutamos nas letras, o espectro sendo ainda suficientemente vasto para avançarmos desde o que parecem herdeiros directos de Cornerstone (canção-chave no alinhamento de Humbug) à descoberta de novas manifestações de atenção sobre ecos de escolas maiores da cultura rock’n’roll. Suck It and See é todavia um álbum menos focado que Humbug. E menos surpreendete que a colecção de canções que ainda recentemente Alex Turner editou a solo, para a banda sonora de Submarine.