Afinal, que árvore é essa que Terrence Malick filma em A Árvore da Vida? O labirinto da própria existência humana, claro. Percorrendo-o, sentimos e pressentimos que somos feitos daquilo que vemos e dizemos, partilhamos ou ocultamos, mas também de tudo o que, de não visto ou não dito, se vai desenvolvendo como uma espécie de biografia silenciosa dos nossos desejos, ânsias e utopias. Em boa verdade, é uma árvore cuja riqueza simbólica se confunde com o labor incansável do cinema, lidando com o visível e, através dele, também com o continuado apelo do invisível. É essa, afinal, a dimensão mística de Malick: a transcendência está aqui mesmo, à flor da pele.