domingo, maio 29, 2011

Entre Brahms e Bartók


Bartók e Brahms num alinhamento comum, em gravação pela London Symphony Orchestra, dirigida por Jonathan Pasternak. De Bartók contamos com a suite que o compositor criou com base em O Mandarim Miraculoso, bailado que acabou cancelado após a estreia, em 1926. A obra original seria retomada mais tarde, mas durante anos foi esta a forma em que foi escutada uma música que, nos passos de outras visões do início do século, procurava explorar novos caminhos, nomeadamente no plano da relação com o ritmo. A segunda parte do disco segue todavia um rumo em tudo distinto, com a gravação da Sinfonia Nº 1 de Brahms (estreada em 1877), um dos nomes centrais do romantismo europeu. O alinhamento vive assim de um jogo de contrastes. Em Bartók escutando reflexões sobre a natureza da civilização sob o prisma de um olhar urbano num século agitado. Em Brahms encontrando o culminar de um longo processo criativo que faria do compositor (e apesar da relativamente curta obra sinfónica) uma das grandes vozes da música para orquestra da segunda metade do século XIX.