terça-feira, abril 05, 2011
Novas edições:
The Dodos, No Color
The Dodos
“No Colour”
Wichita
3 / 5
Foi em 2008 que, ao som de Fools (e de demais temas do álbum Visiter) os The Dodos entraram no mapa dos nomes a seguir com atenção no panorama indie norte-americano. Três anos depois e dois álbuns mais tarde, No Color não responde ainda ao patamar que seria de esperar numa sequela a tão promissoras ideias. Mas, mais nutritivo que o anterior Time to Die, de 2009, retoma fôlego e confirma, pelo menos, a expressão clara de uma personalidade já bem demarcada. Os Dodos são agora três elementos, mas dos diálogos entre a percussão e as cordas das guitarras continua a viver a alma de canções com um fulgor quase visceral, mas mais feitas de ossos que de carne. O protagonismo da percussão é, de resto, a característica mais evidente das canções dos Dodos e em No Color mantém essa identidade firme de fio a pavio ao longo das faixas canções que constituem o alinhamento do disco. O título do álbum pode depois ter uma leitura curiosa se repararmos que por estas canções temos uma ideia de preto e branco vincada na sua estrutura rítmica (da qual o trabalho de guitarras não deixa de fazer parte), a falta de eventuais cores instrumentais sendo essencialmente preenchida apenas pelos registos vocais. Na verdade, há até mais cor neste disco que o que se poderia esperar... Cor que chega sobretudo através da presença de Neeko Case (que conhecemos de discos a solo e do trabalho nos New Pornographers)... Da falta de cor nasce contudo uma música que acaba muitas vezes encerrada em voltas sobre si mesmo, contudo com frestas de luz maior em momentos maiores (como sucede ao som de Hunting Season ou Black Night). O disco mesmo assim chama atenções para uma montra de ideias que nos voltam a fazer acreditar que o passo adiante de Visiter, ainda por dar, é coisa possível.