Chega esta semana aos ecrãs portugueses, Copacabana, de Marc Fitoussi (um dos melhores filmes a passar na mais recente edição do Estoril Film Festival), palco para mais uma exposição do incrível talento de Isabelle Huppert. A actriz veste aqui a pele de Babou, uma mãe de perfil nada canónico... Emocionalmente instável, com gosto por cores garridas nas roupas e festa dançante pela noite dentro, está desempregada, a vida na grande cidade tornado-se a dada altura definitivamente insustentável com o valor acrescentado das fissuras que se alargam no relacionamento com a filha, alma cinzenta, vazia de humor e excessivamente crítica do sentido de liberdade que define a vida da mãe. Babou encontra então trabalho num resort turístico de time-sharing, à beira-mar na Bélgica, o seu talento para a comunicação valendo-lhe trunfos que estabelecem desde logo um contraste com a mediocridade dos que consigo ela embarcam na mesma aventura. Cruzando a história mora um sonho... O de viajar até ao Brasil...
Com boa direcção fotografia, um argumento bem construído, definindo uma boa mão cheia de personagens, diálogos bem nascidos e, acima de tudo, uma performance espantosa de Isabelle Huppert, Copacabana é um daqueles filmes que sabe, sem um programa de auto-ajuda nas entrelinhas, mostrar como os sonhos podem comandar a vida.
Imagens do trailer do filme.