sexta-feira, março 11, 2011
Fragmentos de um hotel
É um dos ícones da cidade de Nova Iorque, com história antiga e casa, por algum tempo, de figuras que vão de Dylan Thomas a Bob Dylan... Mora na rua 23, em pleno bairro de Chelsea (Manhattan), entre as sétima e oitava avenidas. E tem histórias e mais histórias por contar... Abel Ferrara, que foi um dos muitos residentes do hotel (relativamente barato) mais famoso de Nova Iorque, resolveu dedicar-lhe um filme. Um documentário com alma pessoal. Um retrato olhado com um ponto de vista... Até aqui nada contra. Pena que, com tão boa matéria prima pela frente, tenha feito de Chelsea on The Rocks (que esta ontem estreou em Portugal) um verdadeiro nada... Não é pela ausência de “famosos” que peca a história que se conta, afinal nem só de escritores, actores, músicos e outras grandes figuras vive a história do hotel. Mas se de anónimos vive o grosso da história, porque moram ali as memórias na primeira pessoa de Ethan Hawke? Ou uma recriação de cenas da vida de Syd Vicious e Nancy Spungen (com actores) que, em aleatórios episódios, interrompem o presente realista para ali cruzar uma revisitação de pouco inspirado docudrama?... Fala-se dos fantasmas de que se fala quando se fala do hotel. Ouvimos fragmentos das vivências de quem o habita. Mas vemos pouco, muito pouco, o contexto dificilmente sendo dado a conhecer por um texto que na verdade não parece ter um rumo ou sequer uma ideia. Fragmentos de um hotel, em retratos amontoados, Chelsea On The Rocks deixa na verdade muita da eventual curiosidade do espectador por saciar. Já houve pequenas canções a contar-nos de forma mais eficaz o era uma vez deste hotel que este documentário falhado de Abel Ferrara.
Imagens do trailer do filme.