segunda-feira, dezembro 06, 2010
Novas edições:
I Blame Coco, The Constant
I Blame Coco
“The Constant”
Island / Universal
2 / 5
Coco Sumner não está num lugar fácil. Pode apresentar-se sob a designação I Blame Coco, o nome aparentemente não transportando nenhuma carga em particular senão a de mais um nome de banda… Mas basta olharmos para o apelido que carrega no bilhete de identidade para reconhecermos que, iniciando uma carreira na música, será praticamente impossível não entrarem em cena comparações com o pai. Gordon Sumner. Mais conhecido como Sting. E basta escutar um par de canções de The Constant para reconhecer que essa não é apenas uma ligação inevitável pelo facto de serem quem são um face ao outro. Isto porque Coco é herdeira não apenas de características físicas da voz do pai, como segue alguns dos seus modelos na hora de cantar… O grande problema no jogo das comparações chega quando, ligando a máquina do tempo para recuarmos até finais de 70, quando o pai Gordon tinha a idade da filha Coco, não é preciso grande esforço para comparar não apenas uma diferença no talento na escrita das canções como na forma como, através dos Police, Sting cedo definiu uma linguagem (o que Coco está longe, bem longe, de mostrar neste seu disco de estreia). The Constant é na verdade um disco onde um par de boas canções (entre as quais a bem interessante Selfmachine, outra sendo Ceaser, em dueto com Robyn) navega entre uma multidão de outras mais, perdidas entre um registo pop musculado e uma presença (ora mais evidente, ora mais discreta) de electrónicas. Até mesmo na hora de fazer uma versão de Only Love Can Break Your Heart, de Neil Young, acabamos demasiado perto da leitura que os St Etienne desta canção fizeram há uns 20 anos. Falta a Coco Sumner o definir de um caminho para si mesma. Se pelas guitarras, se pelas electrónicas (onde consegue os melhores resultados). E, claro, uma mais nutritiva mão cheia de canções.