terça-feira, dezembro 07, 2010

Novas edições:
Darkstar, North


Darkstar
“North”
Hyperdub
5 / 5

O nome da banda sugere desde logo uma ideia de escuridão. A capa define um clima industrial. E o som tudo confirma, fazendo de North uma das mais interessantes estreias em álbum desta recta final de 2010. Naturais de Manchester, entretanto, com residência fixada no Norte de Londres, os Darkside nasceram há poucos anos em clima dubstep, mas aos poucos, e sem esquecer as raízes da sua identidade primordial, foram tacteando outros caminhos. E agora, na hora em que apresentam o seu álbum de estreia, os propõem-nos um álbum tenso e intenso que abre outros horizontes por trilhos que podem encontrar referências de partida ora na música de um Burial ou Portshead (fase ‘3’) ou em ecos mais distantes, mas aqui claramente assimilados, das faces mais assombradas da música de uns Human League ou OMD nas suas gravações em inícios dos oitentas. De resto, um dos temas centrais do alinhamento de North não é senão uma versão, de alma sombria, de um lado B que os Human League revelaram em 1982 na outra face de Fascination, agora simplesmente rebaptizado como Gold. A dupla James Young / Aiden Walley, que além de assinar todos os temas (salvo o dos Human League) também produz o disco, define em torno das composições uma ideia de cenografia atenta ao detalhe. A voz sublinha a melancolia das canções, optando essencialmente por uma postura discreta, não deixando de brilhar quando, no tema-título, ganha outra intensidade emocional (quase evocando o tom fantasmático de uns Legendary Pink Dots). É um disco assombrado, que por vezes ecoa Philip Glass, outras as texturas para teclados de uns In The Nursery, do encontro entre as estruturas rítmicas, as texturas e as linhas que definem o protagonismo na evolução das canções surgindo um entendimento que nos coloca perante uma espantosa revelação.