domingo, dezembro 12, 2010

Nos 40 anos de Jennifer Connelly


Jennifer Connelly nasceu a 12 de Dezembro de 1970, em Catskills Mountains, Nova Iorque – comemora hoje o seu 40º aniversário.
Em dia de entrada na transparência e negrume da idade da razão, valerá a pena dizer que Connelly se transformou, talvez, no símbolo mais puro, e também mais contraditório, da herança clássica de Hollywood. Acima de tudo, ela personifica como poucos os impasses do estatuto de star que essa herança contém.
Por um lado, foi um caso invulgar de precocidade artística, impondo o seu carisma, aos 14 anos, em Era uma Vez na América (1984), de Sergio Leone. Depois, cumpriu uma trajectória ambígua, porventura resistente, de sex symbol, ligada a filmes tematicamente agressivos, mas menores, como Ardente Sedução (1990), de Dennis Hopper, e Brigada de Elite (1996), de Lee Tamahori. O seu carisma e sofisticação dramática encontrariam, finalmente, os veículos exemplares em títulos como Walking the Dead (2000), de Keith Gordon, A Vida Não É um Sonho/Requiem for a Dream (2000), de Darren Aronovsky, e Uma Mente Brilhante (2001), de Ron Howard – para que a mitologia se cumprisse, este último valeu-lhe o Oscar de melhor actriz secundária.
De então para cá, a sua carreira deixa uma amarga sensação de sub-aproveitamento, desde a irrisão de Hulk (2003), de Ang Lee, até ao caos formal de Coração de Tinta (2008), de Iain Softley, passando pela retórica de Diamante de Sangue (2006), de Edward Zwick. Única excepção: o fabuloso Pecados Íntimos (2006), de Todd Field, objecto quase solitário a reencontrar o fulgor romanesco do classicismo de Hollywood. É a esse fulgor que Connelly pertence, mesmo se é verdade que já não parece haver Hollywood capaz de o sustentar como uma das suas regras fundamentais.

>>> Eis uma breve memória de Pecados Íntimos naquele que é, para além do génio íntimo do próprio filme, um dos mais notáveis trailers que Hollywood produziu nos últimos anos.


>>> Jennifer Connelly na Wikipedia.