Mais um maestro com uma editora em seu nome. Philippe Herreweghe é a partir de agora o rosto da Phi, uma etiqueta integrada no catálogo da Outhere Music. A estreia faz-se com uma belíssima gravação da Sinfonia Nº 4 de Mahler com a Orchestre des Champs Elysées e a presença da voz de Rosemary Joshua.
Num dos textos que acompanham esta estreia em disco de Philippe Herreweghe no seu próprio (e novo) catálogo o maestro reflecte sobre o facto de abordar, com uma orquestra conhecida por desenvolver uma política "de época" a obra de um compositor que, como o próprio maestro explica, no seu trabalho à frente de orquestras "nunca deixou de tentar 'melhorar' as partituras de Beethoven, adaptando-as ao uso contemporâneo". Um aparente paradoxo, como acrescenta, esta abordagem de "época" à obra de uma figura que procurava expressar antes as linhas do seu tempo procura agora reencontrar as indicações precisas de um compositor atento ao detalhe (e também um maestro autoritário). Mal acolhida na sua estreia (em 1901), mas entretanto eleita como uma das mais tocadas e gravadas das sinfonias de Mahler, a 4ª assinala com esta magnífica leitura a estreia da etiqueta Phi para a qual Herreweghe deverá editar quatro a cinco títulos a cada ano. Grande parte do esforço do novo catálogo deverá abordar obras maiores dos grandes repertórios corais e sinfónicos. Depois deste disco dedicado a Mahler seguem-se gravações de motejes de Bach e, mais tarde, em 2011, obras de Josquin Desprez, Brahms e a Missa Solene de Beethoven.