A condenação do cineasta iraniano Jafar Panahi está a suscitar um profundo movimento de indignação e protesto na comunidade cinematográfica internacional.
Na Internet, está disponível uma petição ("O cineasta Jafar Panahi não deve voltar para a prisão"), protestando contra a perseguição de que é alvo, recordando que "o poder iraniano pôs a funcionar uma verdadeira máquina de guerra visando destruí-lo, encerrá-lo e constrangi-lo ao silêncio" e apelando à mobilização de "cineastas, actores e actrizes, argumentistas e produtores, todos os profissionais de cinema, bem como todos os homens e mulheres defensores da liberdade e para quem os direitos do homem são fundamentais". Entre os patrocinadores da petição, incluem-se os festivais de Cannes e Locarno, a Cinemateca Francesa e as revistas Positif e Cahiers du Cinéma. Nos EUA, várias personalidades de Hollywood, incluindo Steven Spielberg, Francis Ford Coppola, Robert Redford e Martin Scorsese, juntaram também a sua voz à exigência de liberdade para Panahi.
Serge Toubiana, director-geral da Cinemateca Francesa, publica no seu blog um documento a que teve acesso, transcrevendo o discurso de defesa de Panahi perante os seus juízes. São desse discurso as seguintes palavras:
>>> "(...) eu, Jafar Panahi, declaro solenemente que, apesar dos maus tratos que ultimamente recebi no meu país, sou iraniano e quero viver e trabalhar no Irão. Amo o meu país e já paguei o preço desse amor. Em todo o caso, tenho outra declaração a acrescentar à primeira: sendo os meus filmes as minhas provas irrefutáveis, declaro acreditar profundamente no respeito dos direitos dos outros, na diferença, no respeito mútuo e na tolerância. É a tolerância que me impede de julgar e odiar. Não odeio ninguém, nem mesmo os meus interrogadores porque reconheço a minha responsabilidade em relação às gerações do futuro."