Peter Gunn (1958-1961), célebre série policial clássica da televisão americana, foi ele. A irresistível paródia ao modelo clássico do filme de detectives, A Pantera Cor de Rosa (cujo primeiro título surgiu em 1963), foi também ele. A delicada fusão de comédia e musical, em Victor/Victoria (1982), foi ainda ele — produtor, realizador e argumentista, Blake Edwards foi um dos grandes artesãos da história de Hollywood, capaz de se exprimir nos registos dramáticos ou ligeiros com a mesma verve e elegância; faleceu no dia 15 de Dezembro, no St. John’s Health Center, em Santa Monica, contava 88 anos.
Herdeiro directo da tradição do slapstick, Edwards assinou alguns dos mais geniais momentos da comédia americana das décadas de 60/70/80. A sua ligação com Peter Sellers, o inesquecível inspector Clouseau dos filmes da Pantera [cartaz do filme de 1963], deu também origem ao genial A Festa/The Party (1968), por certo uma das mais depuradas lições sobre o timing correcto dos efeitos de humor [em baixo, 4 minutos antológicos em torno de um sapato perdido].
Em todo o caso, a versatilidade de Edwards permitiu-lhe também exprimir-se noutros géneros como a comédia romântica (com Audrey Hepburn, Boneca de Luxo/Breakfast at Tiffany's, de 1961, é um modelo clássico de sofisticação), o drama conjugal (Escravos do Vício, de 1962, é um dos primeiros títulos a encenar, sem contemplações, a dependência do álcool), ou ainda o western (como aconteceu no desencantado Vagabundos Selvagens, de 1971).
Entre os seus títulos mais populares incluem-se ainda Uma Mulher de Sonho (1979), deliciosa comédia sexual com Dudley Moore e Bo Derek, e o já citado Victor/Victoria, um dos que rodou com sua mulher, Julie Andrews. Este filme valeu-lhe a sua única nomeação para os Oscars, na categoria de melhor argumento adaptado — não ganhou, mas em 2004 [foto] a Academia de Hollywood consagrou-o com um Oscar honorário.
Entre os seus títulos mais populares incluem-se ainda Uma Mulher de Sonho (1979), deliciosa comédia sexual com Dudley Moore e Bo Derek, e o já citado Victor/Victoria, um dos que rodou com sua mulher, Julie Andrews. Este filme valeu-lhe a sua única nomeação para os Oscars, na categoria de melhor argumento adaptado — não ganhou, mas em 2004 [foto] a Academia de Hollywood consagrou-o com um Oscar honorário.
>>> Obituário no Hollywood Reporter.